A Última Dança: Rainha Marta tenta consagração final em sua despedida da Copa 

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"Futebol Feminino - Brasil x Suécia - Semifinal - Maracanã / Marta" by Secretaria Especial do Esporte is licensed under CC BY-NC-SA 2.0 .

Marta Vieira da Silva, a Rainha do Futebol, disputa neste ano sua sexta e última Copa do Mundo. A camisa 10 da Seleção Brasileira confirmou que o Mundial da Austrália e da Nova Zelândia será sua despedida do torneio mais importante da categoria. 

“Sim, será minha última Copa do Mundo. Desculpa, Formiguinha, mas não dá mais, não. A gente tem que entender que chega uma hora que a gente tem que priorizar outras coisas. Só tenho a agradecer por ter vivido esses anos todos na seleção, e ter a oportunidade de ir para mais uma Copa do Mundo, a sexta, para mim é algo surreal”, declarou a meia-atacante após o amistoso contra o Chile, o último compromisso da Amarelinha antes de viajar à Oceania. 

Seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo, a craque já marcou seu nome de diversas formas individualmente. Além do recorde histórico de prêmios da FIFA, a Rainha também é a maior artilheira da história em Copas do Mundo, tanto na categoria feminina como na masculina. Ao todo, a Rainha marcou 17 gols no torneio e ultrapassou Miroslav Klose, da Alemanha. 

Contudo, ainda falta uma coisa para deixar completa a carreira da maior jogadora da história do futebol feminino: colocar a primeira estrela na camisa da Amarelinha. Com a Seleção, Marta tem no currículo as conquistas de duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos (Santo Domingo 2003 e Rio 2007), além de três Copas Américas (2003, 2010 e 2018). O grande objetivo, porém, é fazer o país que já é pentacampeão mundial masculino também se tornar o país do futebol com as mulheres. 

Três vezes na trave

A Rainha Marta terá agora a última chance de espantar os fantasmas do passado para levar, enfim, a Seleção Brasileira ao topo do futebol feminino mundial. Em outras três oportunidades, a craque chegou muito perto, mas ficou no quase. 

Em 2007, na Copa do Mundo da China, o Brasil se classificou para a grande final do torneio pela primeira vez. No entanto, a Amarelinha acabou perdendo por 2 a 0 para a Alemanha e ficou com o vice-campeonato, melhor colocação do país até hoje. A craque acabou perdendo um pênalti. 

Nos Jogos Olímpicos, Marta ficou duas vezes com a medalha de prata jogando pela Seleção Brasileira. Tanto em Atenas 2004 como em Pequim 2008, a Amarelinha sofreu derrotas dolorosas para os Estados Unidos na final e acabou não conseguindo subir ao posto mais alto do pódio. 

A importância de Marta

Contudo, apesar das derrotas nas decisões, as campanhas da Seleção de Marta ajudaram a sedimentar no país o  gosto pelo futebol feminino, que ainda possuía uma estrutura muito precária no início da carreira da Rainha. 

Mais do que os 122 gols marcados com a camisa do Brasil, números que a isolam como a maior artilheira da Seleção, o maior gol de Marta é sua representação extra-campo. A luta contra a desigualdade de gênero no esporte e por uma estrutura melhor no futebol feminino brasileiro. Foi também por Marta que a CBF anunciou em 2020 a equiparação dos pagamentos feitos aos jogadores e as jogadoras das Seleções Brasileiras Principais. Uma conquista digna de uma Rainha.