Quem são os brasileiros na F1 e quem pode virar titular em 2024?

0
677
Pietro Fittipaldi

"PAUL DI RESTA AND PIETRO FITTIPALDI CONTINUE POSITIVE PROGRESS FOR PANASONIC JAGUAR RACING AT FIRST MARRAKESH ROOKIE TEST" by jaguarmena is licensed under CC BY 2.0 .

O Brasil conta com dois representantes na temporada 2023 da Fórmula 1, mas nenhum deles como titular. Pietro Fittipaldi e Felipe Drugovich atualmente ocupam a condição de pilotos de testes e, apesar dos bons resultados que apresentaram antes de entrarem na principal categoria do automobilismo mundial, não têm garantia de que integrarão o grid definitivo na temporada seguinte. 

A última vez que um piloto brasileiro disputou uma temporada completa da F1 foi em 2017, ano em que Felipe Massa se aposentou. De lá para cá, o país contou com um representante em somente dois Grandes Prêmios, ambos em 2020. 

Pietro Fittipaldi: neto de campeão e já com experiência na F1 

Pietro Fittipaldi foi quem correu as duas últimas provas da temporada 2020 pela Haas, substituindo Romain Grosjean – o francês havia sofrido um grave acidente no Bahrein, precisou ser hospitalizado e não disputou as duas etapas finais. O brasileiro foi 17º no GP de Sakhir e 19º em Abu Dhabi. 

Pietro, como o sobrenome já indica, é neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi. Além de já ter tido a oportunidade de alinhar seu carro no grid de largada em dois GPs da F1, ele, que nasceu em Miami, nos Estados Unidos, é o mais experiente da dupla brasileira: possui 27 anos e desde 2020 integra a Haas, sempre como piloto de testes. 

Antes de chegar à F1, o brasileiro obteve uma série de resultados expressivos apesar da pouca idade: em 2011, aos 15 anos, conquistou a Hickory Motor Speedway, categoria júnior da Nascar. Aos 18, foi o campeão da Fórmula Renault Protyre de 2014 e, no ano seguinte, do MRF Racing Challenge. Em 2017, ainda ficou com o caneco da Fórmula V8 3.5. 

O neto de Emerson Fittipaldi possui outro irmão piloto, Enzo, mais novo e que disputa a Fórmula 2. Pietro é palmeirense e, em 2020, correu com o número 51 em seu carro, em alusão ao título da Taça Rio – torneio realizado no ano de 1951 vencido pelo clube paulista e frequentemente reivindicado como conquista de âmbito mundial. 

Drugovich: campeão da Fórmula 2 e reserva da McLaren 

Felipe Drugovich, por sua vez, chegou à F1 no final de 2022 – ele assinou com a Aston Martin dois dias depois de garantir o título da Fórmula 2. No fim do ano, teve a oportunidade de disputar um treino livre do GP de Abu Dhabi, participou dos testes de pós-temporada e seguiu como reserva para o ano seguinte. 

No início de 2023, a McLaren anunciou a incorporação de Drugovich para ocupar uma das vagas de piloto reserva do time, em um acordo com a Aston Martin. Ele divide a posição com o holandês Stoffel Vandoorne e com o alemão Mick Schumacher. 

Drugovich nasceu em Maringá, em 2000. O paranaense de 23 anos, além da conquista da F2, também tem no currículo outros três títulos conquistados em 2018: o MRF Challenge, a Eurofórmula e a Fórmula 3 Espanhola. Ele é sobrinho de dois pilotos que fizeram carreira na Fórmula Truck: Sérgio e Oswaldo Drugovich. 

Os pilotos brasileiros podem virar titulares na Fórmula 1 de 2024?

É possível, mas é uma situação que depende de diversos fatores – como a dança das cadeiras dos pilotos e os patrocinadores envolvidos. Por ora, entretanto, nem Pietro Fittipaldi nem Felipe Drugovich estão confirmados no grid para a temporada 2024 da F1. 

Tudo pode passar pela permanência (ou não) de Sergio Pérez na Red Bull para a temporada seguinte. Apesar de respaldado pela equipe, o mexicano tem andado bem abaixo do colega Max Verstappen e rumores dão conta de um interesse do time austríaco no inglês Lando Norris. 

Caso isso ocorra, tanto pode-se abrir uma vaga para Drugovich na McLaren ou causar um efeito em cadeia no mercado de pilotos – até mesmo na Aston Martin, que conta com dois patrocinadores brasileiros que também apoiam a carreira de Felipe (a corretora financeira XP Inc e a seguradora Porto). 

A Haas, equipe que tem Pietro em reservas, não deve dar oportunidades a novatos, o que em teoria fecha a porta para o neto de Emerson Fittipaldi. No entanto, o contrato do dinamarquês Kevin Magnussen ainda não foi renovado, o que pode desencadear algumas mudanças no grid e abrir posições em outras equipes. Outra vaga que ainda está em suspenso é na Alfa Romeo, do chinês Zhou Guanyu.