Alguns pilotos da temporada 2023 da Fórmula 1 possuem sobrenomes bastante conhecidos na história da competição. É o caso, inclusive, de Max Verstappen, bicampeão e líder da classificação, além do também titular Kevin Magnussen e do reserva Mick Schumacher: todos eles são filhos de ex-competidores da maior categoria do automobilismo mundial (isso sem esquecer que Carlos Sainz Jr é filho de Carlos Sainz, que brilhou em ralis mas nunca disputou a F1).
Mas esta relação, na verdade, não é novidade nos paddocks: a categoria 1 já viu outros casos de filhos que seguiram os caminhos dos pais. Afinal de contas, em uma rotina tão intensa e exigente como a de um piloto, é natural que as crianças convivam desde cedo com o ambiente do automobilismo e se encantem pelo esporte. Alguns deles se dão tão bem que, inclusive, se tornam mais relevantes que os próprios pais na história do esporte.
Confira, a seguir, pais e filhos que já competiram (ou que ainda competem) na F1:
Jos e Max Verstappen
Max é filho do holandês Jos Verstappen, presença frequente nos grids de largada na década de 1990 (mas não, necessariamente, nos pódios). Jos esteve na categoria entre 1993 e 2003, nem sempre como titular. Sua melhor temporada foi a de estreia, quando foi companheiro de Michael Schumacher na Benetton e conquistou seus dois únicos pódios: os terceiros lugares em Hungria e Bélgica.
Max, que nasceu em 1997, quando o pai ainda competia na F1, está conseguindo uma trajetória muito mais expressiva na competição: o piloto da Red Bull venceu as temporadas 2021 e 2022 e tem tudo para faturar o tri em 2023.
Jan e Kevin Magnussen
Outro filho de um piloto que disputou a Fórmula 1 na década de 90 é o dinamarquês Kevin Magnussen, da Haas. Seu pai, Jan, foi campeão da Fórmula 3 Britânica de 1994, mas não teve destaque na categoria principal dos monopostos: foi reserva da McLaren em 1995, quando chegou a competir em um GP no lugar de Mika Hakkinen, e depois conseguiu assento na Stewart nas temporadas de 97 e 98 (mas não chegou a terminar esta última). Seu único ponto na carreira foi conquistado justamente em seu último GP, com um sexto lugar no Canadá em 1998.
Kevin Magnussen chegou à F1 em 2014 e só não foi titular nas temporadas 2015 (reserva) e 2021 (ficou fora do grid). Possui um pódio, obtido curiosamente em sua estreia: foi vice-campeão do GP da Austrália de 2014, pela McLaren.
Michael e Mick Schumacher
Mick é o filho mais velho do heptacampeão mundial Michael Schumacher, que conquistou as temporadas de 1994 e 95 pela Benetton e os cinco troféus seguidos entre 2000 e 2005 pela Ferrari. Mick, nascido em 99, destacou-se na Fórmula 3 Europeia e na Fórmula 2 antes de chegar à Haas. Foi piloto de testes em 2020 e titular entre 2021 e 2022. Perdeu lugar no grid em 2023, tornando-se piloto de testes da McLaren. Ainda não pontuou na categoria.
Gilles e Jacques Villeneuve
Gilles foi um talentoso piloto canadense que chegou a ser vice-campeão da temporada 1979 pela Ferrari. Sua carreira, porém, foi abreviada pelo acidente fatal que sofreu no GP da Bélgica de 1982, aos 32 anos. O filho Jacques, que tinha 11 anos quando o pai morreu, teve um início meteórico na F1 na década seguinte: foi vice-campeão na temporada de estreia em 1996 e campeão em 1997, ambas pela Williams. Jacques deixou a F1 em 2006.
Wilson Fittipaldi Jr e Christian Fittipaldi
O brasileiro Wilson Fittipaldi Jr não teve o mesmo sucesso na F1 que o irmão Emerson, bicampeão em 1972 e 74. Ainda assim, ele disputou as temporadas 72 e 73 pela Brabham e a de 75 pela Copersucar, equipe que os irmãos Fittipaldi haviam criado. Décadas depois o filho Christian teve a sua oportunidade na categoria e atuou em três temporadas: as de 92 e 93 pela Minardi e a de 94 pela Footwork.
Nelson e Nelsinho Piquet
Outro ídolo do automobilismo brasileiro cujo filho disputou a F1 foi Nelson Piquet, tricampeão em 1981, 83 e 87 e que acumulou outros feitos na principal categoria do esporte – como 23 vitórias e 60 pódios. Seu filho Nelsinho chegou à categoria sob muita expectativa, especialmente por conta das grandes campanhas na Fórmula 3 e na GP2 e pela vaga na Renault ao lado do bicampeão Fernando Alonso, mas acabou saindo pela porta dos fundos. Ele foi demitido do time e “caiu atirando”, revelando que em 2008 havia causado intencionalmente, sob instrução do chefe Flavio Briatore, um acidente no GP de Cingapura para beneficiar o colega espanhol.
Keke e Nico Rosberg
Keke foi o desbravador do automobilismo finlandês na F1: foi o primeiro do país a disputar uma temporada completa (em 1979), a vencer uma corrida e a faturar o título mundial (ambos em 82). Seu filho Nico, que optou pela nacionalidade alemã, foi vice em 2014 e 2015 e conquistou o Mundial de Pilotos em 2016. Ele se aposentou justamente após o último GP da temporada em que ficou com o título, considerando que já havia cumprido seu dever.
Graham e Damon Hill
Ao lado dos Rosberg, foram os únicos pai e filho campeões da F1. Graham conquistou o Mundial de Pilotos em duas ocasiões, em 1962 e 1968. Já Damon teve uma passagem mais curta pela F1, sendo piloto titular da categoria apenas entre 1993 e 1999 – porém suficiente para conquistar o título da temporada de 1996 (além dos vices em 94 e 95 e do terceiro lugar em 93, seu ano de estreia).
Mario e Michael Andretti
O ítalo-americano é um caso raro de piloto que conquistou vitórias nas Fórmulas 1, Indy e Nascar. Pela F1, participou de GPs entre 1968 e 1982 e venceu a temporada 1978 com relativa vantagem sobre os rivais Ronnie Peterson, Carlos Reutemann e Niki Lauda. O filho Michael disputou somente a temporada 1993, quando foi colega de McLaren de Ayrton Senna – mas chegou a ser terceiro colocado no GP da Itália.
André e Teddy Pilette
André Pilette foi um piloto belga que disputou GPs esporádicos de Fórmula 1 entre 1951 e 1964, por escuderias como Gordini e Ferrari, mas sem nunca subir ao pódio. Teddy, por sua vez, participou de um GP em 74 pela Brabham e tentou disputar outras três corridas em 77, mas em todas elas acabou parando no treino classificatório (que, à época, também era eliminatório).
Reg e Tim Parnell
Reg Parnell subiu no pódio como terceiro colocado da primeira corrida de Fórmula 1 já disputada, realizada na Inglaterra em 1950, e ainda disputaria alguns GPs entre 51 e 54. O filho Tim também participou de quatro Grandes Prêmios esporádicos, distribuídos entre as temporadas de 59, 61 e 63, mas sem muito destaque.