Lance Stroll não é o primeiro: relembre outros riquinhos da Fórmula 1

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Lance Stroll

"Lance Stroll 2017 Malaysia 3" by Morio is licensed under CC BY-SA 4.0 .

A diferença de desempenho entre o jovem Lance Stroll e o experiente bicampeão Fernando Alonso com a Aston Martin na primeira metade da temporada 2023 da Fórmula 1 abriu um importante questionamento na categoria. O que vale mais para assegurar um lugar no grid: um ótimo desempenho nas pistas ou um vasto background financeiro?

Stroll é filho do bilionário canadense Lawrence Stroll, que fez fortuna investindo em renomadas grifes internacionais (como Ralph Lauren, Michael Kors, Pierre Cardin e Tommy Hilfiger). O patrimônio do empresário estimado é de 3,8 bilhões de dólares (algo como R$ 19 bilhões), de acordo com a revista Forbes.

Stroll pai é também o principal acionista da equipe Aston Martin – que vê Fernando Alonso na terceira posição do Mundial de Pilotos após nove etapas disputadas (e com seis pódios conquistados). O filho Lance, por sua vez, ocupa o oitavo posto da classificação, com um quarto lugar como melhor resultado obtido em 2023.

Lance Stroll estreou na F1 em 2017, aos 18 anos, com uma “ajudinha” do pai. Segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, à época, Lawrence Stroll investiu US$ 80 milhões para garantir o lugar do filho na Williams. O empresário posteriormente comprou a equipe Force India, salvando-a da falência, e foi o principal responsável por recolocar a marca Aston Martin na principal categoria do automobilismo mundial.

Mas Stroll não é o primeiro e nem o último piloto a contar com uma importante ajuda de pais cheios de grana para garantir presença no grid da F1. A categoria já teve (e ainda tem) outros pilotos que nasceram em berço de ouro (ou de diamante) – inclusive príncipe herdeiro, magnata das massas italianas e até um brasileiro.

Confira a lista (que não contempla filhos e nem parentes diretos de outros ex-pilotos, e que por isso não conta com sobrenomes como Verstappen, Magnussen, Sainz, Fittipaldi, Piquet e Schumacher, dentre outros).

Pedro Paulo Diniz

Pedro Paulo Diniz competiu na Fórmula 1 durante seis temporadas, entre 1995 e 2000, e passou por equipes como Arrows e Sauber Red Bull. O piloto brasileiro somou dez pontos em sua carreira na categoria, com dois quintos lugares como melhores resultados (nos GPs de Luxemburgo em 1997 e da Bélgica em 1998)

Pedro Paulo é filho de Abílio Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar e hoje membro do conselho administrativo de empresas como BRF, Carrefour e Península Participações. Segundo a Forbes, a fortuna do empresário é de US$ 2,7 bilhões (mais de R$ 13 bilhões).


Nicholas Latifi

Compatriota de Lance Stroll, Nicholas Latifi é filho de Michael Latifi, um importante empresário do ramo alimentício no Canadá com patrimônio estimado em mais de US$ 2 bi (quase R$ 10 bi).

O piloto esteve na F1 ao longo de cinco anos: entre 2018 e 2019 foi piloto de testes de Force India e Williams e, entre 2020 e 2022, foi titular da Williams. Pontuou somente três vezes, com destaque para um sétimo lugar no GP da Hungria de 2021.

Nikita Mazepin

Competiu somente durante a temporada 2021 na Fórmula 1, ano em que a empresa de fertilizantes que pertence ao oligarca bielorrusso e russo Dmitry Mazepin patrocinou a equipe Haas. Dmitry, obviamente, é pai de Nikita e tem uma fortuna estimada em US$ 2,8 bilhões (quase R$ 14 bilhões).

O contrato de patrocínio, porém, foi encerrado no início de 2022, em decorrência da invasão russa à Ucrânia – e Nikita foi dispensado antes do primeiro GP da temporada. No único ano em que participou da F1, Mazepin foi o último colocado do Mundial de Pilotos e obteve como melhor desempenho um 14º lugar no Azerbaijão.

Paul Belmondo

Diferentemente dos casos de Stroll, Diniz, Latifi e Mazepin, o francês Paul Belmondo não é parente de um empresário bilionário. No entanto, seu sobrenome não deixa de ser bastante famoso no mundo das artes: afinal, ele é filho de Jean-Paul Belmondo, um importante ator francês que, dentre outros trabalhos, estrelou filmes do premiado diretor Jean-Luc Godard nos anos 1950 e 1960.

Paul Belmondo competiu nas temporadas 1992 e 1994 da Fórmula 1, pelas equipes March e Pacific, respectivamente. Ele nucna pontuou: sua melhor classificação foi um nono lugar no GP da Hungria em 1992.

Paolo Barilla

Se te contarmos que este piloto italiano chegou a ser apelidado de “Pasta Man” talvez você descubra rapidamente a origem da fortuna de Paolo Barilla: isso mesmo, a marca de alimentos famosa por produzir macarrão. O avô de Paolo, Pietro Barilla, fundou a empresa com o sobrenome da família em 1877, há mais de 140 anos.

Pela italiana Minardi, Barilla disputou o GP do Japão de 1989 e também a temporada 1990, mas não conseguiu nada além de um 11º lugar em San Marino. Hoje, Paolo faz parte do corpo diretivo da empresa de massas, que é presidida por Guido, seu irmão.

Giovanni Lavaggi

Giovanni Lavaggi não era necessariamente bilionário, mas seu sobrenome também não passava despercebido – especialmente na Itália. Ele pertence a uma família de origem nobre bastante influente na região da Sicília desde o século XV. Seu avô, também chamado Giovanni Lavaggi, foi um herói militar no país e possui algumas ruas batizadas em sua homenagem.

Engenheiro de formação, o piloto Giovanni Lavaggi estreou veterano, aos 37 anos. Ele disputou apenas alguns Grandes Prêmios nas temporadas 1995 e 1996, e seu melhor resultado foi uma décima posição na Hungria, em 96.

Jorge de Bagration-Mukhrani

Não se trata necessariamente de um riquinho na F1, mas sim de um príncipe que chegou a competir (ou quase isso) na principal categoria do automobilismo.

Jorge (ou Giorgi) de Bagration-Mukhrani nasceu em Roma, onde seu pai, o príncipe Irakli Bagration-Mukhrani, estava exilado após a revolução russa que enfraqueceu a monarquia georgiana até a anexação do país à União Soviética. Ele era o primeiro sucessor da dinastia bagrátida georgiana, que havia reinado no país desde a Idade Média.

O príncipe georgiano cresceu na Espanha e lá começou a competir nos esportes a motor ainda na adolescência – primeiro em motos e, anos depois, em carros. Ele tentou duas vezes participar do GP da Espanha de F1, primeiro em 1968 e depois em 1974, mas ambas terminaram frustradas.

Jorge, que posteriormente chegou a conquistar o Campeonato Espanhol de Ralis em duas ocasiões, morreu em 2008 na Geórgia. David, seu terceiro filho (o segundo homem) é o atual príncipe herdeiro do país asiático.

Lando Norris

Piloto titular da McLaren desde 2019, o jovem piloto britânico de 23 anos é filho de Adam Norris, dono de uma financeira e um dos 1000 homens mais ricos do Reino Unido.

Segundo o jornal The Sun, a fortuna estimada do pai de Lando em 2023 era de 205 milhões de libras esterlinas (quase R$ 1,3 bilhão). Recentemente, Adam Norris também criou uma empresa de patinetes elétricos.

Até julho de 2023, Landro Norris nunca havia ganhado um GP. Ele possui seis pódiso na carreira, com melhor resultado para o segundo lugar no Grande Prêmio da Itália em 2021 – ano em que foi sexto colocado no Mundial de Pilotos.