Como um jovem estudante de Direito chegou ao Draft da NBA

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Basketball hoop

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O Draft da NBA é um processo que oferece a oportunidade dos melhores e mais talentosos jogadores de basquete universitário mostrarem suas habilidades, em busca de um lugar na maior liga do mundo.  Mas, neste ano, ele teve um participante bem diferente: um estudante que jamais havia jogado em alto nível.

Jordan Harber nasceu na Flórida e frequenta a Faculdade de Direito de Cardozo, em Nova Iorque. Ele decidiu usar o tempo livre para estudar o acordo coletivo da NBA, que define as regras de interação entre os jogadores, a liga e os times.

Escondidos dentro deste longo e complexo documento estão as informações sobre como apresentar uma inscrição no Draft. Analisando as letras miúdas, Haber percebeu que ele preenchia os requisitos suficientes para se inscrever, e apostou com amigos que conseguiria ter a entrada aprovada — ele só precisava ser persistente o suficiente para preencher os longos e cansativos formulários.

O período de inscrição dura entre três e quatro meses, disse Haber ao Los Angeles Times. “Por causa dessa janela, nem todo mundo se inscreve, pensando que é uma perda de tempo, pois é muita papelada para preencher”.

Depois de preencher toda a documentação necessária, Haber enviou a papelada à NBA, que aceitou sua inscrição e, como é de praxe, enviou uma nova rodada de formulários, que Haber prontamente preencheu e devolveu.

Até abril, a lista do Draft com quase 300 potenciais estrelas do basquete estava completa, com o nome de Haber entre os jogadores mais promissores do mundo.

O Draft reúne o que há de melhor no basquete universitário, portanto a maioria dos jogadores incluídos na lista é conhecida pela Liga e seus times, o que os ajuda a tomar decisões embasadas sobre quem escolher e quem evitar.

Haber, porém, era um caso tão peculiar que nada se sabia a respeito de suas habilidades (exceto que ele estava mais próximo de ser um torcedor, do Miami Heat no caso, que um jogador). Como resultado, o estudante de Direito foi colocado em uma parte da lista chamada “indivíduos desconhecidos”, com outros 18 candidatos.

A NBA ainda não comentou sobre a inclusão de Haber, embora imagine-se que os advogados da Liga revisarão a papelada contratual no futuro, para garantir que esta situação divertida, porém vergonhosa, não se repita ou incentive mais inscrições assim no ano que vem.

Haber, por sua vez, documentou cada passo de sua jornada no Youtube e no TikTok, com algumas postagens alcançando a marca de 3 milhões de visualizações.

Impressionados com os números e a oportunidade de publicidade apresentada, alguns times entraram na brincadeira: Detroit Pistons, Brooklyn Nets e Toronto Raptors entraram em contato com Haber. A influência dele se estendeu para além do basquete: o Philadelphia Eagles, da NFL, também entrou em contato.

Como previsto, Haber não foi escolhido no Draft, mas suas ações são um lembrete de que mesmo no glamoroso mundo dos esportes profissionais é possível se divertir de forma inocente de vez em quando.

Para os escolhidos, o Draft oferece uma oportunidade ímpar de transformar seu trabalho árduo e a dedicação demonstrada nos níveis colegial e universitário em uma chance real de alcançar o estrelato.

Para Haber, o estrelato veio de outra maneira.