A Copa do Mundo de 2023 da Austrália e Nova Zelândia representa o fim de uma geração histórica do futebol feminino. E uma das atletas que se despedem do torneio é a atacante estadunidense Megan Rapinoe, bicampeão mundial em 2015 e 2019 como grande destaque da seleção norte-americana, além de medalhista de ouro nas Olimpíadas de 2012.
Aos 38 anos, a jogadora anunciou que irá pendurar as chuteiras ao final da temporada de 2023. Atualmente no OL Reign, dos Estados Unidos, ‘Pinoe’ afirmou que gostaria de deixar o esporte “em seus próprios termos”.
“Consegui ter uma carreira incrível, e este jogo me levou ao mundo todo e me permitiu conhecer tantas pessoas incríveis. Sinto-me incrivelmente grata por ter jogado por tanto tempo, por ser tão bem-sucedida quanto fomos e por ter feito parte de uma geração de jogadores que, sem dúvida, deixaram o jogo melhor do que o encontraram. Ser capaz de jogar uma última Copa do Mundo e uma última temporada da NWSL e sair em meus próprios termos é incrivelmente especial”, afirmou a atacante.
A Copa do Mundo de 2019 e o auge
O grande momento da carreira de Megan Rapinoe seguramente foi no ano de 2019. Na Copa do Mundo da França, a jogadora foi o principal nome da seleção dos Estados Unidos que se sagrou tetracampeã do torneio.
Ao longo da competição, a camisa 15 marcou seis gols, sendo um deles na grande final contra a Holanda. Assim, ela terminou entre as artilheiras da competição, ao lado da compatriota Alex Morgan e da inglesa Ellen White.
Seu desempenho no Mundial rendeu a ‘Pinoe’ mais outras grandes conquistas, dessa vez individuais. Em setembro daquele ano, a atacante recebeu o prêmio FIFA The Best de Melhor Jogadora do Mundo. Pouco menos de três meses depois, foi eleita como a ganhadora da Bola de Ouro, entregue pela revista France Football, também como a melhor atleta da modalidade. Honrarias que a colocaram de vez na lista das maiores da história do esporte.
Pela seleção dos Estados Unidos, ela soma 199 jogos disputados e 63 gols marcados. Já na temporada atual, a sua última como jogadora profissional, são 11 partidas, dois tentos anotados e três assistências.
Uma líder fora dos campos
Além das conquistas em campo, Megan Rapinoe também pode ser considerada um ícone de igualdade por conta de seus posicionamentos em temas sociais. Em 2012, mesmo ano da medalha de ouro em Londres, a lenda norte-americana se assumiu homossexual e desde então representa uma figura importante na luta contra as injustiças sofridas por minorias.
Desde 2016, a jogadora também realiza protestos contra a violência policial nos Estados Unidos ao não entoar o hino nacional do país. Três anos depois, a atacante se posicionou firmemente contra o então presidente Donald Trump.
Rapinoe ainda segue se manifestando contra a homofobia na sociedade do esporte, além de se colocar como uma figura ativa na luta contra o racismo, machismo, misoginia e outros temas importantes.
Com a camisa dos EUA, ela busca o pentacampeonato mundial na Austrália e na Nova Zelândia antes de se despedir. As norte-americanas estão no Grupo E, ao lado de Holanda, Portugal e Vietnã.